Ou, como lembrou outro dia Helio Fernandes, colocando aspas em Rui:
“De Anás a Herodes o julgamento de Cristo é o espelho de todas as deserções da
justiça, corrompida pelas facções, pelos demagogos e pelos governos. A sua
fraqueza, a sua inconsciência, a sua perversão moral crucificaram o Salvador, e
continuam a crucificá-lo, ainda hoje, nos impérios e nas repúblicas, de cada vez
que um tribunal sofisma, tergiversa, recua, abdica. Foi como agitador do povo e
subversor das instituições que se imolou Jesus. E, de cada vez que há precisão de
sacrificar um amigo do direito, um advogado da verdade, um protetor dos
indefesos, um apóstolo de idéias generosas, um confessor da lei, um educador do
povo, é esse, a ordem pública, o pretexto, que renasce, para exculpar as
transações dos juízes tíbios com os interesses do poder. Todos esses acreditam,
como Pôncio, salvar-se, lavando as mãos do sangue, que vão derramar, do
atentado, que vão cometer. Medo, venalidade, paixão partidária, respeito pessoal,
subserviência, espírito conservador, interpretação restritiva, razão de estado,
interesse supremo, como quer te chames, prevaricação judiciária, não escaparás
ao ferrete de Pilatos! O bom ladrão salvou-se. Mas não há salvação para o juiz
covarde”.
“De Anás a Herodes o julgamento de Cristo é o espelho de todas as deserções da
justiça, corrompida pelas facções, pelos demagogos e pelos governos. A sua
fraqueza, a sua inconsciência, a sua perversão moral crucificaram o Salvador, e
continuam a crucificá-lo, ainda hoje, nos impérios e nas repúblicas, de cada vez
que um tribunal sofisma, tergiversa, recua, abdica. Foi como agitador do povo e
subversor das instituições que se imolou Jesus. E, de cada vez que há precisão de
sacrificar um amigo do direito, um advogado da verdade, um protetor dos
indefesos, um apóstolo de idéias generosas, um confessor da lei, um educador do
povo, é esse, a ordem pública, o pretexto, que renasce, para exculpar as
transações dos juízes tíbios com os interesses do poder. Todos esses acreditam,
como Pôncio, salvar-se, lavando as mãos do sangue, que vão derramar, do
atentado, que vão cometer. Medo, venalidade, paixão partidária, respeito pessoal,
subserviência, espírito conservador, interpretação restritiva, razão de estado,
interesse supremo, como quer te chames, prevaricação judiciária, não escaparás
ao ferrete de Pilatos! O bom ladrão salvou-se. Mas não há salvação para o juiz
covarde”.
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